Outro dia escutei, de um empresário, que gostaria de crescer, mas que tinha medo. Perguntei então sobre as razões para este receio e a resposta foi que as pessoas contratadas não fariam do mesmo jeito que ele e seus familiares.
Infelizmente este comentário é mais frequente do que se espera em uma das maiores economias do mundo – como é o caso da brasileira – e reflete uma falta de preparo para o ambiente empresarial que, sinceramente, não gostaríamos de presenciar.
O risco de um negócio não ter sucesso vai sempre existir. Mas este mesmo risco pode ser, em muito, reduzido em função de um adequado planejamento, implementação e controle de seus resultados.
Mas por onde começar? Nossa experiência no mundo dos negócios indica que a sobrevivência, crescimento e redução de riscos para as empresas sempre passa por 4 eixos: processos; tecnologias; pessoas e; gestão.
Destes, os processos apresentam a capacidade de afetar significativamente os demais eixos, devendo, portanto, receber uma forte atenção por parte dos empresários, ou seja, devem ser muito bem planejados, implementados e controlados.
Exemplificando, antes de decidir pela aquisição de novas tecnologias, o que costuma abranger equipamentos, dispositivos e sistemas, devemos avaliar se os mesmos serão adequados aos nossos processos. Isto passa pela revisão dos processos existentes ou pela criação de um novo processo.
Antes da contratação de pessoas, devemos ter bem claro como as mesmas irão atuar, que competências deverão possuir e como serão capacitadas. Aqui estamos falando de aspectos quantitativos e qualitativos sobre os profissionais envolvidos. Porém, deve ficar bem claro que todos estes pontos passam pela definição prévia dos processos.
E sobre a gestão, será que existe ligação com os processos? Evidentemente que sim, pois a clara definição dos mesmos permite a identificação e realização de seus correspondentes controles, na forma de indicadores de performance. Com isto, torna-se possível avaliar se os processos estão realmente atendendo aos objetivos para os quais foram desenvolvidos e – o que é muito importante – no que devem ser melhorados, fazendo valer a máxima de que “apenas o que não é medido não pode ser gerenciado”.
Finalizando, o que aquele empresário terá que fazer para vencer o seu medo de crescer?
Deverá, inicialmente, rever seus processos, identificando seus problemas e agindo para a melhoria dos mesmos. Depois irá definir as tecnologias envolvidas, na forma de equipamentos e sistemas compatíveis com estes processos, reduzindo em muito os riscos de uma aquisição sem o retorno esperado.
Chegando nas pessoas, a clara identificação dos profissionais envolvidos e suas competências para a melhor realização do processo será o próximo passo, abrindo espaço para a utilização de pessoal interno e/ou para a contratação externa.
Fechando, a montagem dos meios de controle, na forma de indicadores de performance e suas respectivas metas, de modo compatível com os processos traçados, será elemento decisivo para reduzir seus temores e partir para a ação. A disponibilidade destes resultados servirá para eventuais correções rápidas de rota e também para evidenciar o crescimento da empresa, formando o referencial para estimular o empresário a realizar novas mudanças.
No nosso próximo artigo vamos tratar dos problemas mais frequentes que encontramos em nossas ações de consultoria e treinamento nas empresas, ligados aos processos. Se quiser conversar comigo sobre as dores/problemas que afetam sua empresa, use este link.
Luiz Nicanor L. Silveira, Eng., M.Sc. (Eng), M.Sc. (Adm)
Professor e Consultor em Gestão Empresarial, Marketing e Inteligência de Mercado
luiz.nicanor@enoveconsultoria.com.br