Já há muito tempo que as empresas sofrem inúmeras dificuldades relacionadas ao comportamento inadequado de muitos profissionais, com a falta de atualização contínua e comprometimento. Isto se agrava com o gigantesco ataque moral, social e ético em todos os níveis, que vêm se ampliando atualmente, comprometendo a saúde do seu negócio.
Adicionado a estes fatos, temos um país cuja população economicamente ativa está envelhecendo, além do desafio de conviver com as novas gerações, X, Y, Z e Milenium, cada vez mais tecnológicas e cada vez menos voltadas ao relacionamento entre pessoas e líderes de outras gerações.
A maravilha da internet seguramente trouxe incontáveis benefícios e vantagens como velocidade e alcance das informações tanto para as pessoas quanto para as empresas, e como se diz hoje, ela aproxima quem está longe, criando um relacionamento na maioria das vezes estritamente virtual mas, distancia quem está perto, eliminando a oportunidade de se aprender o relacionamento frente a frente com outros indivíduos.
Muito se fala dos políticos, porém, poucos olham para dentro do próprio ambiente.
Vemos crianças agredindo outras na escola, as guias e sarjetas cheias de detritos, vagas especiais usadas indiscriminadamente, desperdício de alimentos, micro recados de quatro ou cinco palavras escritos em folhas inteiras de papel em branco, profissionais negligentes que não executam as tarefas da maneira esperada.
Enfim, todo tipo de faltas, às vezes imperceptíveis mas, sempre comprometendo os resultados e, às vezes sem qualquer punição, hoje com uma cultura que permite tudo isto. Quando agem corretamente é por algum tipo de medo das retaliações e não por consciência de cidadania, o que extrai a consistência destes atos.
Além da corrupção e da indecência que anda à solta, nos defrontamos também com uma vasta e permanente informação sobre as crises internacionais fartamente divulgadas pela mídia.
Tudo isto promove o descrédito e uma insatisfação generalizada, reforçando principalmente a falta de perspectiva de uma grande faixa da sociedade.
De maneira sutil e fartamente contaminada por interesses escusos, para não dizer maldosos, estes fatos vêm destruindo o humor e a estima da população, instala-se então a cultura da falta de desempenho e da falta de vontade para o crescimento profissional, interferindo radicalmente nos resultados das empresas.
Se somarmos também a acomodação e falta de atualização, especialmente dos profissionais mais antigos até então acomodados, e que hoje competem diretamente com esta juventude veloz e hedonista, não se percebe o aumento do esfriamento das relações e suas consequências.
Possíveis soluções ocorrerão com a aplicação e uso de ferramentas que solucionem a fórmula abaixo:
onde P, corresponde à Performance esperada pelas pessoas.
Po, representa o Potencial individual de cada um, e
In, são as interferências Internas ou externas vividas por elas.
Segundo Tim Gallowey, quanto maior o nível de interferências, como por exemplo, tudo que foi anteriormente descrito, maior será a contaminação do Potencial, reduzindo drasticamente a sua Performance e consequentemente das empresas.
Tudo isto traz alguns problemas sérios para as empresas e um deles é a falta de engajamento, comprometimento, juntamente com grandes falhas na comunicação.
Trataremos deste assunto oportunamente.
A Hiena negligente
Após um grande temporal os animais começaram a sair lentamente de suas tocas e identificaram os estragos que a chuva havia feito nas terras à sua volta.
Havia tanta destruição que os bichos mal conseguiam se deslocar para a caça e sobrevivência, muitos animais haviam morrido arrastados pelas águas, filhotes perdidos e toda a área de caça comprometida.
Chamaram então o grande chefe, o Leão, para saber o que deveria ser feito.
O Leão sabiamente distribuiu então as tarefas, de forma que cada um usasse a sua habilidade natural.
Os Corvos iriam fazer a limpeza das sujeiras orgânicas, os Castores organizariam os diques de contenção das águas criando reservatórios de sobrevivência, a Hiena pelo instinto agressivo e pouco amigável seria a responsável pela segurança contra os invasores, os Pássaros pela cata de galhos para novos ninhos, as Cobras rastejando para criar atalhos na selva e aí por diante.
Raposas, Patos, Rinocerontes, Elefantes, todos tinham a sua tarefa, e todos saíram para realizar suas atividades.
A cada época uma reunião acontecia, momento em que eram cobrados os resultados, identificadas as falhas e definição de novas ações para reorganização e estabilidade do ambiente florestal.
Ocorre que repetidamente havia algum tipo de invasão, e ninguém tomava providência. O Leão por várias vezes sugeriu à Hiena que fizesse uma reciclagem das suas habilidades, mas ainda assim, esta, manteve-se na sua zona de conforto sempre rindo e nada fazendo, acreditando que nada aconteceria a ela.
Toda vez que esta era chamada para responder aos questionamentos, já chegava rindo sem se importar com as reclamações. Como já a conheciam, estava certa que todos deveriam estar acostumados com as suas atitudes negligentes.
O tempo foi passando e os fatos se repetindo, até que, em nova reunião geral a Hiena foi expulsa daquela floresta, e por mais que fosse orientada, jamais se importou com isto.
Anos depois soube-se que a hiena longe da floresta, fora abatida por invasores desconhecidos.
Treinador Comportamental, Coach, Professor Universitário e Diretor da ENOVE Consultoria Ltda